Fiscal assegura que a conservação do lince ibérico é um êxito devido ao empenho coletivo de todos os envolvidos

O consejero do Medio Ambiente y Ordenación del Territorio, José Fiscal, afirmou ontem, durante a abertura do seminário internacional de Conservação do Lince Ibérico e Conflitos Sociais, organizado no âmbito do projeto Life Iberlince, que a proteção do lince e o aumento do número de exemplares nos últimos anos, são um "sucesso" porque "tem sido um compromisso coletivo no qual se têm envolvido muitos proprietários de herdades e população em geral".

Foi também anunciado que, uma vez terminado o atual projeto europeu Life + Iberlince (2011-2018), um novo projeto será criado para promover a proteção deste animal e o fortalecimento de suas populações.

O consejero analisou os dados do último censo, que indicam que o número de exemplares já chega aos 593, dos quais 448 estão na Andaluzia, e afirmou que "não só indicam que a população se multiplicou por seis vezes, nos últimos dez anos, mas também, que há um intercâmbio de exemplares, entre as diferentes áreas de reintrodução ".

O consejero do Meio Ambiente analisou, durante a sua apresentação, os principais marcos do programa, que não só conseguiu estabilizar a população e evitar o seu desaparecimento, mas também conseguiu reproduzir e criar novas populações, dentro e fora da Andaluzia.

Assim, existem atualmente cinco áreas de reintrodução do lince ibérico, distribuídas na Andaluzia (Valle del Guarrizas e Valle del Guadalmellato), Castilla-La Mancha (Montes de Toledo e Sierra Morena Oriental), Extremadura (Valle del Matachel) e Portugal (Vale do Guadiana). Todas estas áreas foram selecionadas devido à boa qualidade do seu habitat, elevada densidade de coelhos e um forte apoio social na reintrodução, resultado do apoio de mais de 90% da população local, dados estes avaliados pelas autarquias locais.

"Cada uma das ações dos projetos “Life Naturaleza” e “Iberlince” têm sido destinadas à conservação e reintrodução deste felino, mas todas foram concebidas com o máximo respeito pelos habitantes do território, criadas para apoio das populações, e desenhadas para se adaptarem aos usos tradicionais ", disse Fiscal, que também salientou que para alcançar estas conquistas, o trabalho em equipa tem sido essencial em Portugal e Espanha, Extremadura, Castilla -La Mancha, Murcia e Andaluzia.

Além disso, reiterou que foram feitos esforços para aumentar a consciencialização da forma como a conservação da biodiversidade "pode contribuir e contribui para a economia local". Nesse sentido, argumentou que as políticas da consejería devem ser ambientalmente sustentáveis e socialmente lucrativas, porque "este é um caminho que não pode ser ignorado se se quiser que as ações deem frutos".

Fiscal aprofundou que nestes anos, se estabeleceu uma nova fórmula de participação na gestão do lince ibérico e seu habitat entre administradores, proprietários de herdades e gestores de áreas, onde vive o lince ibérico, bem como caçadores e reservas de caça.
Estes acordos basearam-se em melhorias de habitat para o coelho e para o lince, em troca de uma gestão sustentável nas suas propriedades e da manutenção futura de determinadas condições de proteção.

A Junta da Andaluzia concluiu que o projeto “Life + Iberlince” termina agora, depois de ter sido reconhecido como "um dos programas europeus mais bem-sucedidos, até agora desenvolvidos", enquanto Fiscal relembrou no seu discurso que o anterior "Life" (2006- 2011) foi recentemente premiado como a "melhor iniciativa na sua categoria" executada na UE nos últimos 25 anos.